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MORREU UM HOMEM DE FÉ
Poucas pessoas deixaram na vida de quantos caminharam ao seu lado marcas maiores que aquelas que o Monsenhor Bastos, o Sr. Prior de tantos anos ou, como ele gostava de ser chamado, o Padre Bastos, deixou na nossa. O Padre Bastos foi dos que largou tudo e seguiu Jesus para ser pescador de homens, apascentar o Seu rebanho, ser sal da terra e candeia que ilumina o caminho. O Padre Bastos trouxe a palavra de Deus sob a forma de pão, tecto e agasalho mas também da Verdade, da Justiça e da Vida sem hesitações, sem tergiversações. Esteve do lado da Paz e da Concórdia, com um sentido cósmico do que estas palavras significam; ensinou-nos a abraçar a humanidade inteira cada vez que abraçávamos quem estava ao nosso lado. Ensinou-nos que a Vida é um valor supremo e que o Homem é a figura central do Universo, porque criatura dilecta de Deus, feita à Sua imagem e semelhança. Denunciou hipocrisias, meias verdades, novos e velhos farisaísmos. Ensinou-nos pela sua palavra e pela sua vida e esteve ao nosso lado, a bater palmas connosco e a soltar pombas à Nossa Senhora que tanto amou, esteve ao nosso lado quando, longe, nos escrevia cartas e percebíamos que nos guardava no coração, esteve ao nosso lado quando, longe, foi até nós nos mundos que percorreu levando o Evangelho à Emigração, esteve ao nosso lado sempre que dele precisámos e derramou nas nossas angústias e dúvidas o bálsamo purificador da mensagem de Cristo. O Padre Bastos ensinou-nos o culto filial por Nossa Senhora, como amparo e luz das nossas vidas.
Se tivesse que definir o Padre Bastos com apenas uma palavra, aquela que me viria imediatamente à cabeça seria “integridade”. É verdade que num homem tão multifacetado, este é um exercício perigosamente redutor; todavia é assim que o lembro, antes de recordar outras facetas: um homem de princípios, que defendia com absoluta coerência e impoluta dignidade, um homem do diálogo mas que não se deixava enredar nos truques da retórica nem cedia ao essencial, um homem que vivia o que pregava e foi duma fidelidade total aos votos que jurara: vivia a pobreza e o desprendimento das coisas do mundo, vivia a obediência á Igreja que amava e que acreditava convictamente ser fonte de Verdade. O Padre Bastos amava os seus semelhantes com a intensidade com que amamos um filho ou um irmão. Deu de comer a quem tinha fome, socorreu os aflitos, visitou os presos e sempre o fez não para cumprir o cardápio das obras de misericórdia mas porque era para ele natural que fosse assim, porque via no seu próximo a imagem viva do Cristo sofredor que amava acima de todas as coisas. Na sua imensa obra social, o Padre Bastos foi profundamente solidário com os desprotegidos mas a sua acção foi mais além da simples solidariedade pois acrescentou-lhe o amor definidor da caridade não na sua caricatura esmolar mas no sentido imensamente belo com que São Paulo a descreveu à comunidade de Coríntia.
O Padre Bastos, foi um homem de fé, duma fé profunda, visceral, vivida, que o fez sempre ter a certeza de que era possível concretizar grandes obras com recursos escassos e só não foi um idealista ou utópico porque nele perseguir utopias era uma forma de acreditar.
Uma das suas jaculatórias preferidas, que me habituei a repetir com ele ao longo de toda a vida era: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”. Na enorme simplicidade desta frase, encerra-se uma profunda radicalidade tão fortemente contrastante com o egoísmo bruto, a competição desregrada e a obsessão vertiginosa do poder que caracterizam o chamado mundo desenvolvido. E afinal, talvez , a mansidão e humildade de coração seja o segredo íntimo da felicidade.
O Padre Bastos partiu mas permanece na memória e no coração de quantos privámos com ele e permanecerá também no coração dos nossos filhos a quem transmitimos que um homem Santo cruzou as nossas vidas, nos tocou e nos ensinou a amar a Deus e Deus nos Homens.
O Padre Bastos acreditava na Comunhão dos Santos e na Vida Eterna. Hoje, na Glória de Deus, o seu coração manso e humilde transporta certamente as fragilidades, as dificuldades e as esperanças de quantos amou aqui.
Junho 2010
Victor M. Gil, Médico, Professor Universitário, ex-acólito da Paróquia de Peniche
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