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N.º 1281, de 13 de Julho de 2010:

MORREU UM HOMEM DE FÉ

 

       Poucas pessoas deixaram na vida de quantos caminharam ao seu lado marcas maiores que aquelas que o Monsenhor Bastos, o Sr. Prior de tantos anos ou, como ele gostava de ser chamado, o Padre Bastos, deixou na nossa. O Padre Bastos foi dos que largou tudo e seguiu Jesus para ser pescador de homens, apascentar o Seu rebanho, ser sal da terra e candeia que ilumina o caminho. O Padre Bastos trouxe a palavra de Deus sob a forma de pão, tecto e agasalho mas também da Verdade, da Justiça e da Vida sem hesitações, sem tergiversações. Esteve do lado da Paz e da Concórdia, com um sentido cósmico do que estas palavras significam; ensinou-nos a abraçar a humanidade inteira cada vez que abraçávamos quem estava ao nosso lado. Ensinou-nos que a Vida é um valor supremo e que o Homem é a figura central do Universo, porque criatura dilecta de Deus, feita à Sua imagem e semelhança. Denunciou hipocrisias, meias verdades, novos e velhos farisaísmos. Ensinou-nos pela sua palavra e pela sua vida e esteve ao nosso lado, a bater palmas connosco e a soltar pombas à Nossa Senhora que tanto amou, esteve ao nosso lado quando, longe, nos escrevia cartas e percebíamos que nos guardava no coração, esteve ao nosso lado quando, longe, foi até nós nos mundos que percorreu levando o Evangelho à Emigração, esteve ao nosso lado sempre que dele precisámos e derramou nas nossas angústias e dúvidas o bálsamo purificador da mensagem de Cristo. O Padre Bastos ensinou-nos o culto filial por Nossa Senhora, como amparo e luz das nossas vidas. 

       Se tivesse que definir o Padre Bastos com apenas uma palavra, aquela que me viria imediatamente à cabeça seria “integridade”. É verdade que num homem tão multifacetado, este é um exercício perigosamente redutor; todavia é assim que o lembro, antes de recordar outras facetas: um homem de princípios, que defendia com absoluta coerência e impoluta dignidade, um homem do diálogo mas que não se deixava enredar nos truques da retórica nem cedia ao essencial, um homem que vivia o que pregava e foi duma fidelidade total aos votos que jurara: vivia a pobreza e o desprendimento das coisas do mundo, vivia a obediência á Igreja que amava e que acreditava convictamente ser fonte de Verdade. O Padre Bastos amava os seus semelhantes com a intensidade com que amamos um filho ou um irmão.  Deu de comer a quem tinha fome, socorreu os aflitos, visitou os presos e sempre o fez não para cumprir o cardápio das obras de misericórdia mas porque era para ele natural que fosse assim, porque via no seu próximo a imagem viva do Cristo sofredor que amava acima de todas as coisas. Na sua imensa obra social, o Padre Bastos foi profundamente solidário com os desprotegidos mas a sua acção foi mais além da simples solidariedade pois acrescentou-lhe o amor definidor da caridade não na sua caricatura esmolar mas no sentido imensamente belo com que São Paulo a descreveu à comunidade de Coríntia.

 

       O Padre Bastos, foi um homem de fé, duma fé profunda, visceral, vivida, que o fez sempre ter a certeza de que era possível concretizar grandes obras com recursos escassos e só não foi um idealista ou utópico porque nele perseguir utopias era uma forma de acreditar.

 

       Uma das suas jaculatórias preferidas, que me habituei a repetir com ele ao longo de toda a vida era: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”. Na enorme simplicidade desta frase, encerra-se uma profunda radicalidade tão fortemente contrastante com o egoísmo bruto, a competição desregrada e a obsessão vertiginosa do poder que caracterizam o chamado mundo desenvolvido. E afinal, talvez , a mansidão e humildade de coração seja o segredo íntimo da felicidade.

 

       O Padre Bastos partiu mas permanece na memória e no coração de quantos privámos com ele e permanecerá também no coração dos nossos filhos a quem transmitimos que um homem Santo cruzou as nossas vidas, nos tocou e nos ensinou a amar a Deus e Deus nos Homens.

       O Padre Bastos acreditava na Comunhão dos Santos e na Vida Eterna.  Hoje, na Glória de Deus, o seu coração manso e humilde transporta certamente as fragilidades, as dificuldades e as esperanças de quantos amou aqui.

 

Junho 2010

 

Victor M. Gil, Médico, Professor Universitário, ex-acólito da Paróquia de Peniche

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publicado por mispeniche às 16:30
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1 comentário:
De Sara Pedro a 22 de Maio de 2011 às 16:33
Boa tarde.

Eu sou aluno do curso de Desporto e Bem-Estar, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais em Leiria, e estou a realizar um trabalho sobre a 31ª Corrida das Fogueiras, no âmbito da Unidade Curricular de Organização e Gestão de Eventos. Gostaria de saber onde posso ter acesso ao artigo que foi publicado acerca da corrida nesta edição da Voz do Mar?

Sem mais assunto de momento.

Com os melhores cumprimentos,
Sara Pedro.

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